Lembranças e Pensamentos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


No seu olhar tinha calma, pouco se via de tristeza, e com muita frieza você disse: “Acabou.”
Fincou seus olhos no meu e pediu um abraço, não sei que sentimentos me trouxeram sua escolha, que não queria teu abraço de despedida. Era como se eu aceitasse tua amarga partida, me largando aqui em pleno amor. Minhas lágrimas rolavam, e com as mãos você as enxugava. Mas de fato você não ligava afinal a errada era eu, e importante era deixar para trás tudo que lhe prejudicasse.
Talvez hoje eu só quisesse ouvir de você que sente minha falta.
Porque a verdade é que ter forças para não sentir sua falta seria recusar o sonho de ter um dia sido sua, ainda que por pouco tempo.
Procuro-te em cada esquina, em cada rosto, sonho com você dormindo e acordada. Sonho com irrealidades. E não me incomodo com a dor que isto me traz.
Eram incontáveis as coisas que eu amava em você. E era teimosa em dizer que você era perfeito para mim, hoje sou em achar que você não vai me esquecer. Mas a cada dia que passa a desesperança me sufoca, me fazendo apelar pelos sonhos, implorar por devaneios e lágrimas. Acredito sem tais coisas eu morreria. Meu corpo se arrastaria pelo mundo, e eu voltaria a ser vazia de coração, insensível.
Olho no espelho e vejo uma forma tortuosa, fraca e monstruosa. Será eu este ser? Você realmente me vê assim?  Diga que não...
Indagações sobre sua visão borrada das circunstâncias me levam a loucura. 

Diga-me : Você é puro, e nunca errou? Nunca precisou de perdão? É inteiramente justo e correto? Mas não estou aqui para lhe questionar nada... Nem poderia. 


Espero que a vida lhe ensine de perdão, e lhe fale sobre limites, que torne transparente aquilo que não consegue ver. Mas acima de tudo espero que o sentimento lhe grude de surpresa, que te atire ao rio mais profundo de incertezas e confusões, que seja realmente inédito. E inacabável, pois só assim chegará perto de sentir o que eu senti.

Hoje sei que mais importante que o causador, foi o meu permitir e me desvencilhar de restrições e de limites. Foi abrir-me, deixar ser amada. Eu permiti que você me amasse. Não me arrependo de nada. Nem mesmo do vicio que se tornou amar... Ou até mesmo da solidão que me invade em horas quietas da noite. 

Sweet Cactus Especial: Amor Infinito

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Muito maior que amor eterno é a força que vibra dentro de mim. A chama de esperança que nunca se apaga, a coluna forte que sustenta o que sou.
Assim como quando eu ainda era um bebê, você me guia os passos, sinto como se nunca estivesse só para dar meus tropeços no mundo, quando acho que vou cair sua mão está bem ali. 
Vejo força nos seus braços, persistência em suas pernas, sabedoria em sua boca, senso em sua cabeça, delicadeza nas mãos, e nos seus olhos eu vejo a vida. Vejo um guia, pelos caminhos que o destino me colocará. Muito mais que conselheira, uma cúmplice, alicerce, porto seguro e âncora. Meu tudo. 


De todos os amores de minha vida, dos que vem e que vão, você é o mais forte, o mais puro, não o eterno e sim o infinito. 
Quando olhares de julgamentos era lançados a mim por escolhas erradas, você largou seus braços abertos, correu em minha direção e me disse “Filhinha eu estou aqui!”  Me colocou no colo ignorando tudo, e me ouviu durante horas, assistiu minhas lágrimas rolando, preocupou-se com meus gemidos silenciosos de dor. Agoniou-se de sua impotência diante da situação e me disse coisas maravilhosas como “Você é muito amável!”.  Das coisas lindas que já ouvi nada substituirá a lembrança de você me dizendo : - Eu me orgulho do que você se tornou, da mulher que virou! Lançava-me olhares tão acalentadores.


Quando vem para me acalmar, onde estou explodida em histeria, é como se eu ouvisse você cantando aquela musica de ninar novamente: “O mundo gira depressa, e nessas voltas eu vou cantando a canção...” A onda de calmaria me embala assim como você fazia na hora de dormir.
E se um dia disse que você errou em algumas de suas escolhas, agora eu lhe agradeço os erros, pois sem eles eu não teria vivido a melhor época da minha vida, nessa cidadezinha.
É mais que indispensável, é insubstituível e única. E eu sabia disso desde quando estava na sua barriga. Obrigada Mamãe, pelo caráter, pela educação, pela vida que tenho.



O Prédio

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Escorria pelas paredes, estava lacrado em cada móvel daquele cômodo, as lembranças de sussurros e pele. Havia silêncio, havia memórias indecifráveis. Tinha cheiro de saudade, com uma mistura de calor e sede. Tinha cor de brincadeira e descoberta. Tom de amor e paixão. Tanta certeza... Nenhum medo, de existir e dividir-se. Partilhar do que somos feitos. A sala possuía vozes, confissões que me levavam a insanidade, as estrelas. A nostalgia me abraçara e já era tarde para abrir a porta e sair andando. Minhas pernas enfraqueceram e dobraram-se, as lágrimas suplicavam ser libertas, meu corpo estava sentindo tua ausência, a sua essência. Levei a mão ao lugar onde a dor começara, meu coração parecia querer explodir em chamas, clamando seu nome. Ali sentada no chão fiquei por horas, sonhando com seus olhos, suas mãos e seus dizeres. Eu podia sentir minha pele tentando expressar que me faltava você. E não havia nada que pudesse ser feito. Só me restava sentir. Era uma maneira de ter você perto. A dor, me lembra o quão importante foi o que aconteceu ali.  O quão fora de mim eu estava, completa, tão vulnerável, delicada, tão sua.  Estou cheia de lembranças, mas me sinto vazia. Falta você. Falta o seu abraço. E apesar do frio que fazia, da falta de vontade de sair dali puxei uma coberta e adormeci, para ter-te onde ninguém pode me tirar de você... nos sonhos.

Sweet Cactus Especial: Amores Eternos

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Por falar em amor...

Mesmo quando eu achava que não, minha vida estava cheia de amores, com diversos nomes, maneiras e jeitos.Olhei para o lado e percebi, eu tinha uma pessoa que se importava comigo, eu tinha uma amiga.

~Juntas somos aquelas que pulam sem parar em um quarto, ouvindo uma musica boba da Miley Cyrus, que se entopem de brigadeiros e choram por seus problemas juntas, que gravam vídeos sem propósito algum, só para rir. Sabemos que somos gêmeas quando se quer abrimos a boca e já sabemos o que esta nos perturbando, sentimos buracos enormes no peito de saudade quando a vida dá seu jeito de colocar uma estrada entre nós. A felicidade de nos vermos mesmo que seja por um final de semana é enorme. Imagine tudo isso multiplicado por mil, porque dividimos o mesmo sangue. Fato que nada vence.  G.~

E aqui onde vivo eu não tinha tantos amigos, não alguém que estivesse ao meu lado sempre.

~Até aparecer uma pessoa que daria a vida por mim e eu por ela. É ter tanta intimidade a ponto de ser prejudicial à vida um do outro. Era não ter limites para dividir o que você estivesse passando, era ter alguém para estender as mãos quando você precisasse; Animar-te, ajudar a vencer os problemas, mostrar que você é capaz de fazer algo simples como escrever, cantar e ser boa na escola até com coisas complexas e divertidas como lidar com o primeiro namorado, alguém por quem vale à pena correr riscos. Alguém que me mostrou que é possível ter esse relacionamento intenso mesmo não dividindo o mesmo sangue.  R.~ 

E tem aquela que quando tudo desmoronou, seja pelos motivos que tenha acontecido ou não, me vi sozinha de novo, e sabia que tinha que passar por tudo isso, assim mesmo, só. Em uma obra do acaso me encontrou calada, triste e sem forças pra nada. Lembro-me como se fosse hoje:

~Mais uma vez estava eu sentada naquele banco, com frio e esperando dar a hora de entrar para a aula, o dia estava cinza, a vida estava. Minha cabeça me perturbava com os acontecimentos recentes, doía. Meu coração batia fraco e muito me fazia acreditar que eu não aguentaria. Eu fitava o chão segurando meu fichário, deixando uma lágrima rolar de vez em quando e ignorando os estudantes que passavam e me lançavam olhares intrigados. Quando olhei para cima vi uma garota, ela parecia diferente. Parecia também cansada da vida. Estranhamente animada para alguém que acordou às seis da manhã para ir à escola me perguntou: - Posso me sentar ao seu lado?  Eu a olhei e fiz que sim com a cabeça meio sem graça e escondendo a lágrima que terminava de rolar, alcançando meu queixo. Sentou-se. Aquele estranho silêncio nos constrangia, e por fim ela de todas as perguntas “puxa assunto” ela escolheu a famosa do clima: - “Tá frio né?”...

Foi a frase que sentenciou uma união talvez eterna, que me animou e que me deu forças. JS.~

 E existem muitos e muitos casos desses na vida, de pessoas que entram e saem para deixar uma mensagem. Meus mensageiros de uma frase só ou de textos enormes. Me guiando por esse mundo estranho e complicado, mais hoje falo apenas dos que serão eternos. Esses que me fazem acreditar que sofrer por amor de namorado não é nada. Porque você vai ter sempre eles ao seu lado, do contrário nada seria tão bom. Seria apenas bom. E ninguém quer viver a vida meio bem. Eu quero viver plenamente feliz com todos os meus amores por perto, com todo ciúmes que sinto de cada um deles, com cada risada, cada choro. Eternamente.

Amores de amizade, amores puros.  




Voar

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
~Voar de asas escancaradas, lindas e luminosas. Rasgar o céu e cortar o vento, leve como uma de minhas penas.~ 


Doce Liberdade...
                                            

 Estou cansada da dor, de sofrer; Mas ainda assim insisto em lembrar tudo que já virou cinzas, que não passam de simples memórias. Elas gritam dentro de mim, buscando saída, liberdade.
Isso que todo pássaro tem, de voar pra onde quer quando quer; É tão simples. 


Às vezes sinto que caminho lentamente em direção a vida. Que não me permito ser rouxinol nem andorinha... 
O vento sopra as horas, pra longe o tempo em que éramos felizes, que vivenciávamos o sonho de um conto encantado, que delirávamos nas descobertas. Deixando-nos somente a seguir com nossas vidas. Separando-nos daqueles que já amamos tanto um dia. 
Tenho vontade de ouvir promessas, daquelas que tiram o sono, das que me façam pensar que você nunca largará minha mão uma vez que a segurou. Sentir medo de perder algo. E todas as outras sensações maravilhosas de amar.  
Quero viver tudo outra vez, sem ser tão errante. Sem cometer deslizes. Me sentir segura nos braços de quem não hesita em estar ao meu lado, que não hesite em me amar, ou que se controle.
Estou cansada de esperar as coisas acontecerem, de ser tão paciente com a vida, que anda brincando de ser linha infinita de silêncio. E quando menos espero vem me atropelando com seu trem de surpresas, me arrancando dos trilhos, me forçando a correr atrás de tudo, tomando as rédeas. Correndo para um destino totalmente inesperado, novo e cheio de emoções. Onde está esse meu trem? Meu vagão deve ter se perdido no deserto, parado em montes de areia, cansado.  A essa altura já me misturei com a areia, dormindo, esperando andar novamente. Admirando os Rouxinóis, brincando com andorinhas e sonhando, sonhando... Em ser um deles novamente. 













Doce Fantasias

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Olho e não vejo esperança no que me tornei, ao meu redor, não me sobrou quase nada. Vejo-me perdida em meio a tantos fatos incontroláveis, já não me cabe decisões, apenas assisto o caos, junto depois os pedaços, o que sobrou de honra, princípios, dignidade e plenitude.  
Vejo-me assim, sem saída. Miro os dois caminhos à frente mais nenhum deles me parece certo. Em meio a tantas confusões pergunto-me: Onde terá parado aquelas promessas de um feliz para sempre?  

Quero uma estrada que me mostre o que é viver, que pinte cavalos alados e que dê vida a fadas, que transforme as nuvens em algodão, um romance de princesa, uma vida simples de campo, grande cidades cheias de prédios, quero o tudo e o nada. Provar do que der. Quero sonhar todos os dias, quero beijos de tirar o fôlego, abraços com borboletas no estômago, risadas infindáveis, choros passageiros, carinho e mimo.

Mais por hoje, eu só queria você. Para deitar no seu colo, me aninhar em seu corpo, sentir sua boca mais uma vez, com toda leveza, delicadeza e amor que tínhamos. Doces saudades. Brincar de tentar fugir de você e deixar ser pega só para suspirar e ter frio na barriga. Olhar-te nos olhos e dizer que nunca deixarei de pertencer a você. Minha pele cansou-se do frio, viciou-se na sua.
Ficar longe parece tão cruel, Esquecer-te tão rude, Deixá-lo ir tão ruim...

Perdi a conta de a quanto não nos vemos, sua voz tão deliciosa começa a se perder nas memórias, lembro-me apenas de como soava o incansável “eu te amo”, disso nunca terei forças para perder no tempo.

Meus olhos outrora tão escamosos enxergam com clareza o que você significa: Meu tudo. Minha eterna paixão, meu amor de verão, de inverno e de outono. De uma vida inteira, O primeiro. 

Como cada gota certeira de chuva, como cada raio de sol, cada grão de areia, é assim certo, eu te amo e sempre amarei.


Sweet Cactus Especial: Falando de Sonhos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Esta noite, sonhei com possibilidades tão distantes. Podia ser infinito...
Você me segurava nos braços, era meu escudo, meu protetor.  Não me machucava, nem com inocência ou com consciência. Pensei ser insubstituível, pensei que colocaria uma flor no meu cabelo e diria: “você é a melhor coisa que me aconteceu na vida.”
Foi mais além, me dera um apelido bobo, fazia-me cócegas, ensinava-me jogar xadrez. E eu ainda planejava não deixar você passar pela porta, de fazer birra pra não me largar. Eu só queria ser sua amiga. Queria que notasse o quanto é importante para mim, em cada parte da minha vida. Eu sou o reflexo do que você é.
Sonhei que colocava meus pés em cima dos seus e segurava minha mão, que ria e brincava assim, naquele jardim tão lindo. Ensinando-me a viver, a caminhar devagar, a seguir os passos que você considerava seguro, e por um minuto, até abrir os olhos senti como se o mundo não pudesse me machucar, Que eu saberia viver.  Eu seria forte.
Acordei, abri os olhos encharcados. Enrosquei-me ali sozinha, para me sentir segura, deixando as lágrimas denunciar meu mais forte sonho; Ainda na cama, desejei com todas as forças que você estivesse na mesa, sentado, esperando o café da manhã, talvez você leria um jornal...
A imaginação era tão real que eu podia sentir o cheiro de café recém feito misturado com nicotina, até ouvir arrastar de chinelos conhecidos, passarinhos cantando, algumas risadas distantes. Levantei-me e abri a porta e só o que vi foi a forma de uma pessoa que cansou de amar, de ser ferida, cansou da vida e acima de tudo, cansou de cansar. Não vi nada além dela.
O dia correu, a noite chegou novamente, e para não me machucar outra vez, jurei que seria a ultima vez que sonharia em tê-lo por perto, porque sonhos são só sonhos. E se você não é feliz aqui, nunca foi, tenho de deixá-lo ir, tenho que guardar as saudades, as memórias e as vontades. Talvez você um dia perceba que muito mais que uma estrada, suas atitudes nos separaram. Mesmo eu implorando: Estou bem aqui papai! 
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No Seus Olhos a Lua.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Nos seus olhos eu via esperança, via um eu melhor; me deslumbrei pela possibilidade de sentir, me apaixonei pela arte de amar, e tão logo estava viciada e nada além do teu nome me importava. Tão cedo, tão rápido, arrebatador e delicioso.
Lembrar-me de como me jogava em seus braços, é a melhor parte do dia. Como eu corria para atender ao telefone, o quão vulnerável eu era. As suas palavras faziam de mim sua escrava. Em uma das noites, onde somente a lua era nossa cúmplice, eu me lembro bem...
Eu pedia mais daquilo que você me dava, sem ao menos saber o que era. Prendia-me com gestos sinceros, com olhares nítidos e suplicantes, me fazendo querer ser tomada por inteiro, deixar meu corpo reconhecer seu toque, minha pele esquentar-se com seu abraço. Ser sua. Bastava-me um toque de sua mão escorregadia pra que meu sangue voasse pelas veias, para que me incendiasse e que me fizesse transbordar em alegria.
O forte desejo de escorregar na doce linha de sensações inéditas e me deliciar com a essência da vida nunca me abandonava. As suas incógnitas me prendiam, e você sabia que eu não iria a lugar algum. Meus lábios nunca se abriam para negar-te, apenas para se deliciar com os seus, meu vicio, meu amor.
Tomava-me a racionalidade; culpe-me por não limitar-me, por te querer tão docemente, por amar sem freios. Culpe-me pelo que quiser só prometa-me que estarei contigo, nem que seja somente em sua memória. Prometa-me meu amor...



Rosa Molhada

sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Acordei com vontade de viver, de me desvencilhar de lembranças, com vontade de chutar para longe tudo que vivemos!  Um fogo se alastra das pontas dos meus pés até minha cabeça, sinto-me menos cheia de tristeza e dores, sinto que ainda vivo.
Então a musica se acaba, o silencio se aproxima, o sol foge e tudo começa outra vez... Deslizo-me até o chão, mãos no rosto, e apenas um pensamento: Você. 
 Levanto e busco pelas coisas em meu quarto que me lembram nós, jogo tudo em cima da cama, textos, presentes, fotos, cartas nunca enviadas... Olho um por um, lembrança por lembrança, crio força para queimá-las, jogá-las fora...  E tudo que consigo é sorrir, deitar minha cabeça no travesseiro e olhar aquela rosa que me dera, e lembrar-me de como rimos aquela noite, e de como esta rosa chegou até nós. História engraçada esta em que sem querer se ganha algo, mas se torna mais especial que aqueles presentes caros e premeditados.
Em um momento de raiva, as lágrimas escorrendo, tremia para encontrar algo para quebrar, arremessei janela a fora a rosa seca, enxuguei as lágrimas machucando meu rosto com as mãos duras, empurrei tudo da cama para o chão, corri para colocar a musica para tocar:
“Every move you make creates your destiny. I've come to soak my sorrow”  
Tomada pela melodia, corri para fora, chovia. Encontrei a rosa na água, peguei-a e limpei como pude, sentei-me na guia e deixei a chuva escorrer até lavar a rosa completamente, lembrei de a primeira vez que disse: “Eu te amo”, a voz ecoava várias vezes dentro da minha cabeça, como se gritasse. Encarei o céu por algum tempo, e a musica ainda tocava e eu ouvia: “Cause when the lights are down, there's no more to say. Love is the real pain, an internal revolution in our minds. And when the lights are down You're so far away”
E até ouvir a ultima nota eu permaneci na chuva, minhas lágrimas se uniam a água, minha vontade de gritar enchia meu peito. por fim o silêncio, outra vez, me levantei e guardei a rosa do lugar de onde ela nunca mais sairá.



Nossa Árvore

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



"Havia tanta ternura, tanto sentimento neles. O garoto a segurava com tanta delicadeza, mais seus olhos confessavam até o seu mais profundo desejo por ela. Observei-o a encostá-la nos galhos baixos da árvore, onde ele poderia sentir seu corpo. A escuridão da noite calada, e de poucos barulhos permitia a eles a adolescência de experimentar coisas novas.A cada toque riam juntos, encantados um com o outro, às vezes encostavam suas cabeças e fechavam os olhos, o carinho através das mordiscadas na bochecha elevavam a alma da garota tão alta que seu interior poderia gritar, e até os mais desprovidos de audição poderiam entender: Ela o amava. E não negaria um toque que fosse dele.
Quando o vento frio os surpreendia, se viam encasulados, num abraço quente e apertado, a respiração úmida roçando os ouvidos do menino o fazia arrepiar, e por alguns minutos ceder aos encantos da menina que carregava uma certa doçura escondida dentro de si. As vezes com a voz entrecortada ela suplicava para que parasse, soava muito hesitante de seu pedido. Eles então voltavam a tagarelar, e as vezes o silêncio dava-lhes olhares tão sinceros, tão puro.

Poderiam ficar parados ali a noite toda, porque nenhum tempo era o suficiente." 

Era como se a árvore tivesse voz, sentia a superfície, por entre os dedos os cascos irregulares, era a nossa árvore, nossa história. Enxuguei a lágrima que escorria, era como se cada folha me alertasse: “Não precisa doer”. 

Uma ultima pergunta me ocorreu:


Será que você já tem outra árvore? 
                                                         

Gemidos Indecifráveis

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


 O perigo delicioso que via nos seus olhos, mostrava-me que a queda seria inevitável, que eu adoraria a adrenalina, completamente sem visão.
Às vezes me guiava às vezes me largava a caminhar no escuro, e quando eu pensava estar sozinha, apenas ouvia-o, perto, longe, mais sempre ali. 
Ele Sussurrava seus sentimentos, como gemidos indecifráveis, quase imperceptíveis. Eu me aproximava para tentar entender, mais eram seus toques quem mais diziam do que sua boca, minha pele sentia, minha alma vivia. Cada respirar, cada ofegar uma nova euforia. 
Lembro-me de as primeiras, doces primeiras. Serão sempre segundas agora, nunca terão a mesma importância. Nunca terão seu cheiro que anda por todos os lados, ainda brinca com os meus sentidos, arranca-me de minhas ações rotineiras, me lança ao desespero, me coloca prestes a lembrar de tudo que eu mais quero fugir. Ele ainda não me deixou, continua preso a minha pele, na memória, no coração, aqui. 




                                                    E você se foi. 

A Arte de Precisar

segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Preciso de devaneios, aqueles mais insanos que me ocorriam quando possuía-me nos seus braços. Do selar de dois lábios, que expressavam-se em conjunto, sem precisar ao menos de uma palavra. 
Preciso daquilo que os humanos chamam de amor, que nos escraviza docemente.
Quero ser, sentir-me viva, outra vez...   


Incansável, irrevogável, é assim. 
Esse sentimento parece me acolher, e me assegurar de que tudo na terra, ainda tem esperança, vida, bondade e paz. E no meio de tais utopias, percebo que estou errada. O amor não é o suficiente para o perdão, para estar junto, para suprir-nos de tudo. Mas de todas as certezas e incertezas, apenas sei que não erro em dizer que te amei; Talvez ame várias outras vezes, de diversas maneiras outros seres errantes. Mas você foi o primeiro, e este lugar nunca será substituído. 
Por talvez me amar demasiadamente, você prossegue, seguindo o ciclo vicioso que a vida e a sociedade lhe impõe, alguma hora ou outra sendo vitima de saudade.
Eu por te amar sem restrições, parei no tempo, esperando o sol me acariciar as bochechas, me esquentando em meio a essa chuva incessante, que cai do céu grafite e melancólico. 
Essa mania de querer parecer forte! Finjo que não foi nada, que irá passar, que tudo é consertável. Seria, se não fosse as lembranças, essas que me fazem cócegas no estômago durante o dia. Que me arrancam sorrisos nostálgicos.
Preciso saber tudo acabou, e que você, já não se importa mais.


Preciso amar novamente, confiar, sorrir e me conformar. E sei que o farei, porque... Preciso.