Adeus

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Esperançosa, sonhadora, inquieta e cheia de coragem.
Os sonhos deixaram de se comportarem feito pesadelos, não vejo seu sorriso invadindo minhas madrugadas, trazendo as dores inevitáveis. Onde seus pés pisam já não me interessa, onde seus lábios encostam não me incomoda. Sua vida e tudo que nela está já não me atraem mais.
Acreditei no “Eu Te Amo”, no “Gosto de você”, no “Confia em mim”. Acreditei em você, em nós.
Meu querido, meu primeiro amor, eu nunca te esquecerei.
Já é hora de abandonar esse sentimento que me machuca tanto, de ouvir o caminhar de seus passos deixando meu coração. Afinal meus erros selaram o fim.
Daqueles devaneios, de uma garotinha indefesa e vulnerável que acreditava que você era perfeito, eu não tenho nenhum. Não sobrou nada.
Livre de culpa, medo, dor, arrependimento, tristeza. Agora posso prezar pelo eu que dormia e chorava silenciosamente implorando Compreensão.
Meu coração anseia por amor, minha pele por toques, por carinho, mas já não é só sobre seus braços esses meus desejos.
Cansei de me limitar, de viver de mentira, de fingir ser feliz.
E o vazio que se encontrava há tempo já deixou de existir. Descobri que não há o que preencher uma vez que eu me basto.
Pela primeira vez estou feliz comigo mesma. E tudo que aprendi não foi sobre você, nada desse tempo de amor adolescente foi. Foi sempre sobre mim, sobre até onde fui capaz de ir, já que em outras épocas acreditava que amor não existia. Eu provei a mim mesma que sim. Você foi uma peça do caminho que era certo de eu trilhar.


Adeus meu amor. 

Desencontros

domingo, 5 de fevereiro de 2012

É estranho andar por aí e te imaginar. É sonhar com você sempre perto, como se fosse impossível me abandonar.
Meus olhos fissurados, cansados vagueiam sem rumo, buscam sedentamente encontrar um resquício de você.
É como estar longe da sanidade, você esta em todos os lugares, mas não está. Posso vê-lo nas semelhanças pequenas de algum outro olhar, outro gesto, outro cheiro. Todos me lembram, e nenhum tem absolutamente nada de você.
É prisão perpétua, é sentença sofrida. Carregar por ai essa dor de te buscar e frustrar-me com o desencontro constante.
Toda esquina que dobro, cada lugar que visito me lembra você, nós.
Me trancafiei sozinha, nada me encanta, nada me tem. Cansei de tentar.
Quando éramos nós, você fazia questão de me dar lembranças espalhadas por esta cidade pequena. E agora que você se foi não tenho paz. Corro, fujo, finjo, me escondo e nada muda. A árvore continua no lugar, os caminhos são os mesmos. Também a dor.
Cruzo os caminhos familiares sozinha, as lágrimas molham meu rosto, talvez pálido, talvez superficial; Gosto de percorrer as estradas em que passeávamos, gosto de olhar as lembranças, abraçar a saudade, sonhar; Poderia me sentar aqui e ficar o dia todo olhando folhas secas, lendo nelas o que dizíamos um pro outro, sentindo no ar a intensidade vivida.
Você não me salvou; Me condenou.
Deu-me tanto e tirou tudo.
Que estranho é o amor. Coisa dolorida. Vejo-me sem vontade de continuar a senti-lo,  quero amar sem sofrer, quero ser livre de dores de novo.
Deixarei fluir este sentimento de esquecimento, salvarei e trancarei as lembranças no fundo, onde eu não possa ver...