Ressaca

terça-feira, 19 de março de 2013
Há uma espécie de neblina, densa e permanente, pairando em minha mente. Todas as boas memórias parecem ter sido soterradas por uma quantidade incalculável de sentimos ruins.
Foi um espetáculo nauseante, imaturo e digno de pena.
Logo você, que dizia ser todo racional decidiu atirar-se a um lago lúgubre de vingança, prendendo-se a um sentimento infantil, encharcado de desespero.
Ah como o orgulho é podre!
Mas enfim... Depois de algumas tentativas, surpreendentemente, atingiu um de seus objetivos. Aqui esta seu prêmio: Minha liberdade. Agradeço por tirar as amarras e vendas (por sinal de nós muito fracos, me foi possível fazer muito com elas ainda em mim).
Que visão linda essa que a sensatez nos traz, não?!
Antes que me esqueça, muitíssimo obrigada por ter dado fim ao meu incabível sentimento de culpa. Afinal, aparentemente você nos tornou iguais; embora eu acredite que em matéria de idiotice, meu caro, você venceria inevitavelmente.
Geralmente todas as vinganças acabam mal, com um gosto atroz de solidão e vazio. Espero que esteja bastante satisfeito com o resultado, pois esses dois sentimentos parecem lhe cair melhor que meu amor.
E ainda assim, não te odeio. Contudo, remanesce uma enorme indiferença; quanto a crescente vontade de vomitar ao te olhar, não se preocupe! É como beber algo de gosto barato, amargo, intragável e acordar de ressaca na manhã seguinte. 


                                                                                                    Madrugada.16/03/2013

Eu Ria e Chorava

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Fiquei sem saber, se ria ou se chorava.
Preferi não pensar, preferi não olhar...
Senti aquele empurrão no coração, feito um aviso.
Resmunguei baixinho, me encolhi e esperei passar.
Não passou...
E ria, e chorava.
Agora é tarde, já não há mais infância!
Não temos espaço pra tanta fixação.
Mudamos, e mudamos para valer!
Mas garoto, certas coisas não mudam. Não passam...

Dispenso



Monótono, sem vibração.
Oco. 
Sem movimento.
Não desafia. Não progride.
Controlável. Passível e silencioso.
Efêmero, preguiçoso.
Dispenso. 

Urgente

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cobicei, olhei e olhei de novo. Imaginei.
Não toquei, sabia que uma vez que a caixa fosse aberta, perderia seu valor inicial.
Você não sabe,mas quando te vejo desenho varias piadas internas. É algo tão espontâneo quanto como é te querer.
Meus olhos atraídos feito imã, seguem seus movimentos. Devaneios.
Não tem calma, é impaciente... É urgente. 

Efêmero

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As palavras escorregavam, as verdades eram ditas, assim sem pudor algum.
Não te escondi nada, disse tudo que queria, sem hesitar.
Egoísta.
As interrogações se multiplicaram e as vontades só aumentavam.
A distância incomodava, os corpos se ansiavam e o silêncio era preenchido cada vez mais, madrugadas a dentro.
A imaginação nos embalava, era tudo que tínhamos, além da paciência.
Mas, sei onde isso vai dar.  Sabe como é, é sempre tudo tão finito...


Recomeço

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Suspir 
Suspiro, alívio e paz. Talvez, uma das maiores sensação de vitória que já tive. Sem exagerar posso perceber: a diferença do que sentia ontem e do que sinto agora! Seria cômico se não fosse louco.
Hoje, se lhes importa saber, posso afirmar que: Meu rosto ilustra o descanso de alguém que cansou de sofrer, que optou por viver o agora, mesmo que de sua maneira única, com suas escolhas não tão certas, mas um tanto cheia de bons momentos, do que pode vir a ser a pintura de um quadro imperfeito, mas, extremamente completo.
Ah como amo me permitir viver, ter bons momentos! O sentimento é tão acolhedor.  Tem-me nas nuvens, faz querer voar mesmo sem ter asas.
Agora que compreendo o fim inevitável, e que, aprendi não fugir, mas, a aproveitar o durante; Abro os meus olhos e enxergo, o que a muito não podia ver: A solução mais doce, os braços mais acolhedores, das palavras mais gostosas de ouvir; e tenho que dizer: Olhar para você é um tanto desesperador, mas me faz pensar que talvez a esperança não tenha se afundado tanto, ao que me faz sentir, posso arriscar dizer que a felicidade me passou tão despercebida quanto você, meu querido ser errante, caçador de um sentimento que a muito me falha, mas que na mesma intensidade me atormenta e encanta.
Você diz que quer segurar na minha mão, diz entender os meus medos e escolhe palavras carinhosas, sedutoras, para me fazer entender que está aqui para dividir esta louca estrada em que me encontro. E o que eu tenho a dizer?  Sabes que sou viciada no sentir, e que não sei dizer não para aquilo que me fascina!  Não sei o que lhe ocorreu que de repente começou a enxergar-me tal como eu fiz contigo! Ah como esse mundo é estranho!
Como posso me enganar tanto? Durante meses ignorei as oportunidades de enxergar, o que estava escrito em cada outdoor em minha vida: Sim, pertenço a você, desde o fim, eu sabia que você seria meu recomeço. 

Madrugadas sem dormir: Apenas Essa Noite

terça-feira, 3 de julho de 2012
Madrugada. Silêncio e algumas ocasionais lágrimas.
Engraçado como sempre aprendi a fugir do que sempre me foi desconfortável, convenientemente. De alguma maneira, desesperadora, existem coisas das quais não se pode fugir, o coração não costuma nos dar essas escolhas. Você é o que é, sente o que sente. Não importa o quanto corra, se for verdadeiro, fica. Simples assim. Como disse: desesperador.
As tentativas sempre serão válidas, não importa aonde elas nos levam, a que consequências nos entrega, o que se aprende será sempre de grande valia. E tenho que dizer, de tentativas mesmo... Não foram poucas, umas um tanto sem vontade, mas, ainda assim sempre com a ponta de esperança de que algum dia isso sumiria de dentro de mim.
Surpreendente. O tempo passa, voa como um pássaro livre e nada muda. Mas, de fato está tudo diferente, curiosamente, alguns pontos de resistência ainda me abalam.
Existem algumas partes de mim que simplesmente pararam no tempo, juntando poeira; assim como todo possível sentimento do passado; em toda minha vida, imaginei: teriam um fim melhor que o esquecimento.
O som de uma musica, o sabor de uma bala, a imagem de alguma foto, um caminhar semelhante... Inevitavelmente, nas entre linhas, silencioso e persuasivo encontra-se o que não se pode jamais esquecer.
Mas, apesar de tudo, faço de minha face verdadeiro sorriso, brinco de me provar forte. Afinal, de quê vale a vida se for usar coisas tão boas para sua tristeza? Se tiver de conviver com essas lembranças, que seja abraçando-as, aproveitando cada segundo que permaneçam vivas, pois, é daí que sei de sua importância, do que me valeu.
Um brinde a vida que não dá bobeira; apenas oportunidades de aprender a ser forte a cada segundo, com suas provas insistentes. Parabéns pra mim: aturo muitos idiotas, sem desistir do que um dia se fez tão presente e bom, ainda carrego o peso de alguns destroços da ultima guerra, e ainda posso aguentar muito mais. Sei que sim. Mas hoje... não estou afim de lutar. Só por hoje, estou cansada, são muitos dramas desnecessários, muita gente filha da puta, sabe como é...
Parei de tentar, cedi à desesperança, falhei. Apenas por essa noite...