Madrugadas sem dormir: Silêncio e Sonhos

quarta-feira, 27 de junho de 2012


Quando deito minha cabeça no travesseiro, é quando as verdades não ditas doem mais. onde o silêncio da noite pinta a forma de um rosto, cuja lembrança , tão rápido, me devora. 
Os dias passam devagar, soam livres, acontecem naturalmente , o contrário das noites:  destinadas a assuntos que, talvez, jamais me abandonem. 
Entre desespero e dores iminentes, minto tão bem a mim mesma, que me convenço: realmente... A noite passa rápido até que se feche os olhos; contudo, positivamente, saboreio o soar de palavras tão lindas, já ditas com muita calma e certeza, hoje, jogadas ao vento, como quem não quer nada; feitas somente para os momentos onde sábias estrelas iluminam o céu. 
As memórias, sedutores e enganosas, mostram-me o passado acidental e semi perfeito; conduzem-me com sua voz aveludada a sonhos suplicantes: acreditáveis, quase reais e muito palpáveis; mas, isso é apenas algo a mais com que tenho que aprender a lidar, pois, por maior que sejam as dores, acredito que não sou a primeira, nem a ultima a sofrer com os males desta vida. 
Ao longo das madrugadas, continuo murmurando a frase que me concede forças: "Mas a alegria... sempre vem de manhã." Ditas essas palavras, logo meus olhos se fecham, para o que -ao meu ver- são doces reencontros, silenciosos, secretos. Meus e de mais ninguém. 

Sonhos são a minha maneira de viver o impossível, de tocar o proibido e deliciar-me com o desconhecido. Sobretudo é também: Mais uma maneira de ter aqui comigo. 

O Previsível Imprevisível.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Depois de tanto tempo pensando a percepção me acolheu. Enche-me de alegria imaginar a verídica sentença: Eu não estou apaixonada por ele.
É por essas e outras que amo a diferença entre amar e apaixonar-se. Costumo dizer que é o tempo quem nos diz, se é um ou outro.
Como eu previa, numa bela manhã, acordei sem sentir nada. Graças aos deuses.
Ainda não sei dizer se foi atração, ou sei lá, pele.  Só sei que não foi significante o suficiente.
Me pego rindo do drama que fiz para descobrir, quando a vida, brincalhona, me prega essas peças tão sarcástica e repentinamente.
Que haja muitos outros sentimentos assim, pois é com esses que eu aprendo. Mesmo sendo tão rápido, absorvo o que melhor convier.
Entre um dia e outro, pesquiso na memória as diferenças, rio, brinco, e mesmo que silenciosamente, e com piadas internas eu faço comparações, isoladas, conjuntas, diversas e avessas.  Gosto de brincar dentro da minha emoção, pois quem sabe quando é que vou encontrar a “perfeição imperfeita” de ontem? 
Alguns dizem que não existe essa de perfeição, mas, hoje, ouso em minha completa sabedoria ignorante das poucas e ingênuas coisas que vivi, dizer que: O ser humano, com todas as suas falhas, é de tal exuberância, que em sua obra geral, em sua essência, merece ser chamado de perfeito. Mas, aceito a negligência de alguns, em notar coisas tão poucas. Se ainda me permitem tagarelar mais um pouco: Contradigo-me em termos, pois acredito que uns, tão raros, são um tanto mais cativantes que outros. E não é preciso fazer muito para ser notável.  Até mesmo um rei, cansa de seu bobo da corte uma hora não é?! O que estraga minha teoria sobre a perfeição do humano, mas tudo bem.
Tão certo como o sol que se mostra todo dia, amo o equilíbrio, e danem-se as definições de utopia. E só o deus da loucura parece entender porque diabos, quando tenho a bendita ponte do inoportuno equilíbrio, lanço-me ladeira abaixo. Não se estabilize, chacoalhe, reaja. Duvide. Mas seja calmo como as brisas de uma tarde serena. Porque quero sentir, mas quero de tudo dessa ousada aventura, um pouco. Perceba: Não faço questão do normal, esse texto soa normal para você? Pois bem, assim como meu oscilante humor é meu desejo por coisas novas. É como se me deixassem jogar caça-palavras, mas já com todas as lacunas preenchidas. Onde está a graça? Que problemas gostosos e divertidos sobra para resolver? Que roupinha vestir? Que penteado fazer para melhor te agradar? Não, obrigada.
Os mimos cuja existência é para agradar, em peso, me da uma leve overdose de atenção. E felizmente, ou não, sou das que se acostuma muito fácil com novos ambientes, mesmo não sendo lá tão recentes, de grandes descobertas, porque venhamos: isso é velho. Faça, desfazendo. Não controle, não brinque de adivinha, não force, apenas deixe que as situações tragam momentos memoráveis, eu também me apaixono por memórias, e muito mais quando são sinceras, espontâneas. Umas melosas, outras engraçadas, umas um tanto chorosas, mas todas boas e únicas. Portanto tentar aplicar teorias conhecidas e convencionais, não irá atrair nem se quer meu olhar.
Apenas se desconecte, quebre seus conceitos, forme outros, viva, ao invés de apenas entrar nessa minha estrada. Eu só quero poder ouvir no final: “foi diferente, inesquecível, novo...”