Ressaca

terça-feira, 19 de março de 2013
Há uma espécie de neblina, densa e permanente, pairando em minha mente. Todas as boas memórias parecem ter sido soterradas por uma quantidade incalculável de sentimos ruins.
Foi um espetáculo nauseante, imaturo e digno de pena.
Logo você, que dizia ser todo racional decidiu atirar-se a um lago lúgubre de vingança, prendendo-se a um sentimento infantil, encharcado de desespero.
Ah como o orgulho é podre!
Mas enfim... Depois de algumas tentativas, surpreendentemente, atingiu um de seus objetivos. Aqui esta seu prêmio: Minha liberdade. Agradeço por tirar as amarras e vendas (por sinal de nós muito fracos, me foi possível fazer muito com elas ainda em mim).
Que visão linda essa que a sensatez nos traz, não?!
Antes que me esqueça, muitíssimo obrigada por ter dado fim ao meu incabível sentimento de culpa. Afinal, aparentemente você nos tornou iguais; embora eu acredite que em matéria de idiotice, meu caro, você venceria inevitavelmente.
Geralmente todas as vinganças acabam mal, com um gosto atroz de solidão e vazio. Espero que esteja bastante satisfeito com o resultado, pois esses dois sentimentos parecem lhe cair melhor que meu amor.
E ainda assim, não te odeio. Contudo, remanesce uma enorme indiferença; quanto a crescente vontade de vomitar ao te olhar, não se preocupe! É como beber algo de gosto barato, amargo, intragável e acordar de ressaca na manhã seguinte. 


                                                                                                    Madrugada.16/03/2013