Sweet Cactus Especial: Falando de Sonhos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Esta noite, sonhei com possibilidades tão distantes. Podia ser infinito...
Você me segurava nos braços, era meu escudo, meu protetor.  Não me machucava, nem com inocência ou com consciência. Pensei ser insubstituível, pensei que colocaria uma flor no meu cabelo e diria: “você é a melhor coisa que me aconteceu na vida.”
Foi mais além, me dera um apelido bobo, fazia-me cócegas, ensinava-me jogar xadrez. E eu ainda planejava não deixar você passar pela porta, de fazer birra pra não me largar. Eu só queria ser sua amiga. Queria que notasse o quanto é importante para mim, em cada parte da minha vida. Eu sou o reflexo do que você é.
Sonhei que colocava meus pés em cima dos seus e segurava minha mão, que ria e brincava assim, naquele jardim tão lindo. Ensinando-me a viver, a caminhar devagar, a seguir os passos que você considerava seguro, e por um minuto, até abrir os olhos senti como se o mundo não pudesse me machucar, Que eu saberia viver.  Eu seria forte.
Acordei, abri os olhos encharcados. Enrosquei-me ali sozinha, para me sentir segura, deixando as lágrimas denunciar meu mais forte sonho; Ainda na cama, desejei com todas as forças que você estivesse na mesa, sentado, esperando o café da manhã, talvez você leria um jornal...
A imaginação era tão real que eu podia sentir o cheiro de café recém feito misturado com nicotina, até ouvir arrastar de chinelos conhecidos, passarinhos cantando, algumas risadas distantes. Levantei-me e abri a porta e só o que vi foi a forma de uma pessoa que cansou de amar, de ser ferida, cansou da vida e acima de tudo, cansou de cansar. Não vi nada além dela.
O dia correu, a noite chegou novamente, e para não me machucar outra vez, jurei que seria a ultima vez que sonharia em tê-lo por perto, porque sonhos são só sonhos. E se você não é feliz aqui, nunca foi, tenho de deixá-lo ir, tenho que guardar as saudades, as memórias e as vontades. Talvez você um dia perceba que muito mais que uma estrada, suas atitudes nos separaram. Mesmo eu implorando: Estou bem aqui papai! 
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No Seus Olhos a Lua.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Nos seus olhos eu via esperança, via um eu melhor; me deslumbrei pela possibilidade de sentir, me apaixonei pela arte de amar, e tão logo estava viciada e nada além do teu nome me importava. Tão cedo, tão rápido, arrebatador e delicioso.
Lembrar-me de como me jogava em seus braços, é a melhor parte do dia. Como eu corria para atender ao telefone, o quão vulnerável eu era. As suas palavras faziam de mim sua escrava. Em uma das noites, onde somente a lua era nossa cúmplice, eu me lembro bem...
Eu pedia mais daquilo que você me dava, sem ao menos saber o que era. Prendia-me com gestos sinceros, com olhares nítidos e suplicantes, me fazendo querer ser tomada por inteiro, deixar meu corpo reconhecer seu toque, minha pele esquentar-se com seu abraço. Ser sua. Bastava-me um toque de sua mão escorregadia pra que meu sangue voasse pelas veias, para que me incendiasse e que me fizesse transbordar em alegria.
O forte desejo de escorregar na doce linha de sensações inéditas e me deliciar com a essência da vida nunca me abandonava. As suas incógnitas me prendiam, e você sabia que eu não iria a lugar algum. Meus lábios nunca se abriam para negar-te, apenas para se deliciar com os seus, meu vicio, meu amor.
Tomava-me a racionalidade; culpe-me por não limitar-me, por te querer tão docemente, por amar sem freios. Culpe-me pelo que quiser só prometa-me que estarei contigo, nem que seja somente em sua memória. Prometa-me meu amor...



Rosa Molhada

sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Acordei com vontade de viver, de me desvencilhar de lembranças, com vontade de chutar para longe tudo que vivemos!  Um fogo se alastra das pontas dos meus pés até minha cabeça, sinto-me menos cheia de tristeza e dores, sinto que ainda vivo.
Então a musica se acaba, o silencio se aproxima, o sol foge e tudo começa outra vez... Deslizo-me até o chão, mãos no rosto, e apenas um pensamento: Você. 
 Levanto e busco pelas coisas em meu quarto que me lembram nós, jogo tudo em cima da cama, textos, presentes, fotos, cartas nunca enviadas... Olho um por um, lembrança por lembrança, crio força para queimá-las, jogá-las fora...  E tudo que consigo é sorrir, deitar minha cabeça no travesseiro e olhar aquela rosa que me dera, e lembrar-me de como rimos aquela noite, e de como esta rosa chegou até nós. História engraçada esta em que sem querer se ganha algo, mas se torna mais especial que aqueles presentes caros e premeditados.
Em um momento de raiva, as lágrimas escorrendo, tremia para encontrar algo para quebrar, arremessei janela a fora a rosa seca, enxuguei as lágrimas machucando meu rosto com as mãos duras, empurrei tudo da cama para o chão, corri para colocar a musica para tocar:
“Every move you make creates your destiny. I've come to soak my sorrow”  
Tomada pela melodia, corri para fora, chovia. Encontrei a rosa na água, peguei-a e limpei como pude, sentei-me na guia e deixei a chuva escorrer até lavar a rosa completamente, lembrei de a primeira vez que disse: “Eu te amo”, a voz ecoava várias vezes dentro da minha cabeça, como se gritasse. Encarei o céu por algum tempo, e a musica ainda tocava e eu ouvia: “Cause when the lights are down, there's no more to say. Love is the real pain, an internal revolution in our minds. And when the lights are down You're so far away”
E até ouvir a ultima nota eu permaneci na chuva, minhas lágrimas se uniam a água, minha vontade de gritar enchia meu peito. por fim o silêncio, outra vez, me levantei e guardei a rosa do lugar de onde ela nunca mais sairá.



Nossa Árvore

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



"Havia tanta ternura, tanto sentimento neles. O garoto a segurava com tanta delicadeza, mais seus olhos confessavam até o seu mais profundo desejo por ela. Observei-o a encostá-la nos galhos baixos da árvore, onde ele poderia sentir seu corpo. A escuridão da noite calada, e de poucos barulhos permitia a eles a adolescência de experimentar coisas novas.A cada toque riam juntos, encantados um com o outro, às vezes encostavam suas cabeças e fechavam os olhos, o carinho através das mordiscadas na bochecha elevavam a alma da garota tão alta que seu interior poderia gritar, e até os mais desprovidos de audição poderiam entender: Ela o amava. E não negaria um toque que fosse dele.
Quando o vento frio os surpreendia, se viam encasulados, num abraço quente e apertado, a respiração úmida roçando os ouvidos do menino o fazia arrepiar, e por alguns minutos ceder aos encantos da menina que carregava uma certa doçura escondida dentro de si. As vezes com a voz entrecortada ela suplicava para que parasse, soava muito hesitante de seu pedido. Eles então voltavam a tagarelar, e as vezes o silêncio dava-lhes olhares tão sinceros, tão puro.

Poderiam ficar parados ali a noite toda, porque nenhum tempo era o suficiente." 

Era como se a árvore tivesse voz, sentia a superfície, por entre os dedos os cascos irregulares, era a nossa árvore, nossa história. Enxuguei a lágrima que escorria, era como se cada folha me alertasse: “Não precisa doer”. 

Uma ultima pergunta me ocorreu:


Será que você já tem outra árvore? 
                                                         

Gemidos Indecifráveis

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


 O perigo delicioso que via nos seus olhos, mostrava-me que a queda seria inevitável, que eu adoraria a adrenalina, completamente sem visão.
Às vezes me guiava às vezes me largava a caminhar no escuro, e quando eu pensava estar sozinha, apenas ouvia-o, perto, longe, mais sempre ali. 
Ele Sussurrava seus sentimentos, como gemidos indecifráveis, quase imperceptíveis. Eu me aproximava para tentar entender, mais eram seus toques quem mais diziam do que sua boca, minha pele sentia, minha alma vivia. Cada respirar, cada ofegar uma nova euforia. 
Lembro-me de as primeiras, doces primeiras. Serão sempre segundas agora, nunca terão a mesma importância. Nunca terão seu cheiro que anda por todos os lados, ainda brinca com os meus sentidos, arranca-me de minhas ações rotineiras, me lança ao desespero, me coloca prestes a lembrar de tudo que eu mais quero fugir. Ele ainda não me deixou, continua preso a minha pele, na memória, no coração, aqui. 




                                                    E você se foi. 

A Arte de Precisar

segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Preciso de devaneios, aqueles mais insanos que me ocorriam quando possuía-me nos seus braços. Do selar de dois lábios, que expressavam-se em conjunto, sem precisar ao menos de uma palavra. 
Preciso daquilo que os humanos chamam de amor, que nos escraviza docemente.
Quero ser, sentir-me viva, outra vez...   


Incansável, irrevogável, é assim. 
Esse sentimento parece me acolher, e me assegurar de que tudo na terra, ainda tem esperança, vida, bondade e paz. E no meio de tais utopias, percebo que estou errada. O amor não é o suficiente para o perdão, para estar junto, para suprir-nos de tudo. Mas de todas as certezas e incertezas, apenas sei que não erro em dizer que te amei; Talvez ame várias outras vezes, de diversas maneiras outros seres errantes. Mas você foi o primeiro, e este lugar nunca será substituído. 
Por talvez me amar demasiadamente, você prossegue, seguindo o ciclo vicioso que a vida e a sociedade lhe impõe, alguma hora ou outra sendo vitima de saudade.
Eu por te amar sem restrições, parei no tempo, esperando o sol me acariciar as bochechas, me esquentando em meio a essa chuva incessante, que cai do céu grafite e melancólico. 
Essa mania de querer parecer forte! Finjo que não foi nada, que irá passar, que tudo é consertável. Seria, se não fosse as lembranças, essas que me fazem cócegas no estômago durante o dia. Que me arrancam sorrisos nostálgicos.
Preciso saber tudo acabou, e que você, já não se importa mais.


Preciso amar novamente, confiar, sorrir e me conformar. E sei que o farei, porque... Preciso.